A imagem que falta, de Rithy Pahn Se uma imagem falta, é preciso inventá-la. Na busca que o cinema de Rithy Pahn faz aqui, talvez exista o desejo de arrancar possibilidades a partir de um mundo que foi devastado. O gesto do realizador persegue sobrevivências para o imaginar. É que uma política da memória precisa se constituir em movimento com uma insistência em voltar ao acontecimento. Em certa medida, A imagem que falta retoma um debate já abordado por filmes como Shoah, de
Quando eu era vivo, de Marco Dutra Sobre artifício, sobre nada. Sobrenatural. Quando Eu Era Vivo não é uma obra a respeito de alguma coisa. É um filme de terror com a Sandy. E se efetua, justamente por essa economia esdrúxula. Os urros do mendigo da rua assustam, mas o filme de Marco Dutra não é um terror social como algumas nuances de O som ao redor, de Kléber Mendonça Filho, por exemplo. Filme de gênero no sentido mais Hollywoodiano, com todos os signos, os clichês, a estru
A infância nua (1968), de Maurice Pialat A infância em Pialat partilha de um pensamento maduro e tardio. Não estamos mais diante daquele desencanto ainda romântico de Os incompreendidos (1959), de François Truffaut. Apesar de ter sido financiado pelo cineasta da nouvelle vague, este primeiro longa-metragem de Pialat é atravessado por um olhar mais duro, mais sombrio e violento sobre a infância. É uma imagem contaminada pelo sentimento do fim da revolução de 68: por isso, o fi